Explicação para costume de entregar doces às crianças está no sincretismo religioso Arte: Guilherme Castro / NE10
- Festa de São Cosme e Damião movimenta e anima crianças e adultos
- Gabriel Diniz substituirá Anitta na festa de 481 anos de Igarassu
- Marília Mendonça faz show gratuito em Pernambuco
- No dia de Cosme e Damião, relembre festas que ‘saíram do controle’
Maria-mole, pirulito e confeito. A distribuição de doces para as crianças no dia de São Cosme e São Damião , comemorado nesta terça-feira (27), é uma tradição antiga. Os padroeiros da cidade de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, são considerados protetores dos gêmeos e das crianças e a explicação para este costume pode estar no sincretismo religioso.
“Quando os africanos chegam ao Brasil como escravos eles são proibidos de praticar sua religião e rituais. Dessa forma, eles começaram a associar suas entidades à figuras do catolicismo. Assim, São Cosme e Damião foram associados à entidades crianças, para as quais eram ofertadas doces”, explica a historiadora e professora da Faculdade dos Guararapes (FG), Marcela Martins.
Segundo a docente, a partir de então, a religão católica aderiu à tradição, que se tornou mais forte com o tempo. Tradição costumava movimentar as ruas e lojas Foto: Gabriela Medeiros / NE10 Em 1986, a saúde do mãe motivou a dona Eliete Moraes, hoje com 86 anos, a prometer aos milagreiros a distribuição de guloseimas. “A partir daquele ano, ela começou oferecer os doces às crianças, e a promessa dura até o fim da vida dela. Ao lado dela, eu e minha mãe ajudam na montagem e distribuição, lembro de ter uns 6 anos e já colaborar montando os saquinhos”, explica a professora Gabriela Medeiros.
- A família já chegou a montar 400 saquinhos com cerca de 12 itens, entre pirulito, chiclete, bombom, jujuba e até cocada;
- “Entregamos os doces às crianças de até 10 anos e, segundo a tradição, meninas que já menstruaram também não podem receber, pois já são ‘mocinhas'”, explica;
Geralmente, mãe, filha e neta costumam oferecer os doces em escolas. “Já tentamos fazer a entrega na rua, mas acabava dando confusão, com os pequenos querendo pegar mais de um saquinho. Então, pela organização, optamos pelas escolas”, conta.
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Porque dão doces no Dia de São Cosme e Damião?
Cosme e Damião na Umbanda e Candomblé – Distribuição de doces em dia de Cosme e Damião nas religiões de matriz africana, como Umbanda e Candomblé, no DF — Foto: Arquivo pessoal A tradição de distribuir doces tem origem nas religiões de matriz africana, como um agrado para os gêmeos orixás Ibejis, filhos gêmeos de Iansã e Xangô.
“Essas duas entidades que se amaram no passado, pediram uma criança e vieram duas. Então é sinal de alegria, pura alegria. O significado é compartilhar a alegria de ter parido filhos gêmeos. Como que comemora alegria? – Com doce, festa, com sorrisos”, explica a líder religiosa Adna Santos, também conhecida como Mãe Baiana.
A comemoração em alguns terreiros foi adiantada. No sábado (25), a homenagem a Cosme e Damião foi no terreiro do Vô Congo, da lalorixá Zenith de Oxum. E com direito a mesa com balões, com bolo e muitas guloseimas para 400 crianças. “Mãe de crianças que nascem doentes fazem promessas para Cosme e Damião por causa de problemas de saúde.
Toda comunidade afrobrasileira e ameríndios comemoram o Dia de Cosme e Damião”, diz Adna. Dia de Cosme e Damião é celebrado nas religiões de matriz africana, como Umbanda e Candomblé — Foto: Arquivo pessoal A tradição perdeu fôlego com o passar dos anos, segundo Adna.
Ela aponta a intolerância religiosa como um dos fatores que contribuíram para isso. “Algumas pessoas começam a dizer que o saquinho de doce é oferecido ao diabo, que é rezado. Não tem nada disso. A gente vai ao mercado, coloca no saquinho e entrega para as crianças para ver a alegria delas”, destaca.
Ela diz ainda que “não se vê mais crianças pegando doces na rua porque os pais proíbem. É muito triste isso, mas existe. E as ruas agora ficam vazias, infelizmente”. São Cosme e Damião — Foto: Divulgação Na igreja católica, o Dia de Cosme e Damião é celebrado neste domingo (26).
Para os católicos, os irmãos gêmeos eram médicos que viveram na Ásia Menor, há dois mil anos. Segundo a história, eles curavam as pessoas, principalmente crianças, e não cobravam. Em agradecimento, Cosme e Damião recebiam brinquedos e doces. Segundo a história, os gêmeos teriam sido perseguidos e mortos pelo imperador romano Deocleciano, no dia 27 de setembro.
O ano em que isso ocorreu é incerto. Dia 27, para igreja católica, é dia de São Vicente de Paula, que fez obras de caridade oriundas na França. “Os católicos começaram a agradecer a Cosme e Damião pela intercessão deles na cura das doenças, principalmente das crianças, essa devoção oriunda da matriz africana.
E também acabam distribuindo esses doces, buscando pedir a intercessão de são Cosme e Damião por todas as crianças”, explica o padre João Firmino, da Arquidiocese de Brasília. Em Brasília há capelas destinadas a Cosme e Damião, como a Paróquia Divino Espírito Santo, no Guará II, onde, no sábado (25) pela manhã, já foi celebrada uma missa seguida de distribuição de doces para crianças.
São Cosme e Damião e da Macumba?
Quarenta e oito anos atrás começava a devoção da família Moura aos irmãos São Cosme e Damião. Com a chegada da filha caçula de dona Enedina, Giane, nascia em Corumbá a tradição que passou de avó para filha e chegou ao neto aqui em Campo Grande. Hoje com 75 anos e aposentada, Enedina Flores de Moura volta no tempo para contar como conheceu os santos.
Grávida, ela já havia perdido outros dois bebês em um só ano e precisou ficar os nove meses de repouso absoluto. “Foi uma situação bem complicada, Giane nasceu no meio de uma infecção tão grande”, recorda.
Enedina engravidou no fim de dezembro e os médicos disseram à família que a gestação poderia trazer uma hemorragia muito grave. Se a hipótese se concretizasse, os profissionais fariam de tudo para salvar a mãe que já tinha um filho para criar. No 4º e no 6º mês, dona Enedina passou por sustos e quase perdeu a menina.
No dia 27 de setembro de 1973, por conta de um sangramento fortíssimo, a gestante foi levada às pressas, de ambulância, para a maternidade em Corumbá. “Fiquei entre o morre e não morre, mas a Giane nasceu e por incrível que pareça ela não tinha nada.
Eu operei de tardezinha e no outro dia, de manhã, já estava andando”, lembra. Ainda na maternidade, mãe e filha receberam visitas que fizeram a associação entre o nascimento de Giane e o dia de São Cosme e Damião. “Uma amiga veio me visitar e me disse: ‘ela nasceu protegida’, daí em diante comecei a conhecer Cosme e Damião”, narra.
Três gerações de devoção: avó Enedina, a filha Giane e o neto Marcus. — Foto: Família Moura/Arquivo Pessoal Como sempre trabalhou muito, principalmente no comércio, dona Enedina não tinha tempo para distribuir as sacolinhas, mas comprava e preparava com toda devoção.
Quem entregava era sua líder espiritual, dona Antônia. Isso porque Enedina que é católica também frequentava o centro espírita. “Toda vida eu fiz e dei pra ela entregar. Minhas filhas foram muito protegidas espiritualmente. Eu sou apaixonada por Cosme e Damião.
Giane nunca internou, ela é muita abençoada”, atribui. “A lembrança que eu tenho é de correr atrás dos doces junto com todas as crianças do bairro, de ficar nas filas, de escutar os fogos e no fim do dia depositar todos os doces que a gente tinha conseguido numa bacia”, descreve Giane Moura, que neste dia 27 completa 48 anos.
De família católica e também simpatizante do Espiritismo, a pedagoga frequentava as festas nos terreiros e achava maravilhoso ver os médiuns incorporando as crianças que cantavam e brincavam nos centros. “Eu nunca tive preconceito em relação a Cosme e Damião, depois entendi que também eram santos considerados pela Igreja Católica.
Eles foram dois irmãos que se formaram em Medicina e ajudaram as crianças em toda a sua vida terrena, e a tradição de entregar os doces era o que eles faziam com as crianças pobres e doentes. Eu cresci ouvindo que Cosme e Damião faziam o bem e no dia, presentear as crianças com doces, é uma forma de tirar um pouco da amargura, da tristeza e da pobreza que muitas crianças vivem até hoje”, destaca.
Imagem dos santos irmãos na casa de Enedina. — Foto: Família Moura/Arquivo Pessoal Oito anos atrás, depois que dona Enedina ficou doente e deixou de fazer os doces, foi Giane que assumiu a tradição da família em Corumbá, passando o papel para o filho Marcus em 2020, já aqui em Campo Grande.
- “Eu sinto uma alegria muito grande, porque é tão difícil você passar uma tradição de pai para filho e eu vi isso crescer, na realidade já acontecia com a minha avó de alguma forma, depois mãe cultuou isso;
Entregar os doces sempre foi uma emoção muito forte para mim e é muito legal ver que seu filho está mantendo essa tradição”, diz Giane. Foi em 2020 que recebi uma mensagem chamando para ir buscar os doces de São Cosme e Damião, em Campo Grande, para os meus pequenos.
Era a primeira vez que, de alguma forma, eles eram apresentados às figuras que perpassam pelo Catolicismo, Candomblé e Umbanda. Além da lembrança forte da infância e também da tradição da família, foi por querer passar adiante o amor pregado pelo Candomblé que o neto de Enedina, o jornalista corumbaense Marcus Moura, de 26 anos, passou a entregar os docinhos na Capital.
“São dois santos protetores das crianças e aqui em Campo Grande não tem tanto essa tradição, então eu comecei a entregar para os filhos dos meus amigos. No ano passado foi meu primeiro ano e a pessoa que me voltou para o Candomblé e que não está mais entre nós, me ajudou a comprar parte dos doces.
Para mim é uma data muito especial, estou fazendo em memória e tradição à minha família, mas também ao meu amigo que já não está mais aqui”. Depois de ver a mãe seguindo a tradição da avó, Marcus quem fez a promessa aos santos para dar continuidade.
“Minha promessa é para conservar a minha saúde por conta da minha comorbidade. Eu vou distribuir o doce até o dia em que eu fechar meus olhos, esta é a minha promessa”, afirma. Tradição viajou 419 quilômetros e veio de Corumbá para ser feita por mãe e filho em Campo Grande.
- — Foto: Família Moura/Arquivo Pessoal Para a família Moura não tem nada que simbolize mais partilhar do que entregar doces no dia de Cosme e Damião;
- A tradição chegou a terceira geração e viajou 419 quilômetros, da Cidade Branca até Cidade Morena;
“No quesito de alegria, de partilha, de amizade, a gente cresceu em Corumbá correndo com as crianças que eu nunca vi na vida, mas que se ajudavam. Em Corumbá ninguém nunca vai negar um copo de água para uma criança que está correndo Cosme e Damião, isso me lembra muito minhas raízes e o amor fraterno, o sentimento de ajudar o outro pela alegria de ver o outro feliz, sem querer nada em troca”.
- No Candomblé e na Umbanda, as figuras de Cosme e Damião são cultuadas e comemoradas no dia 27 de setembro, que teria sido a data em que os irmão foram mortos;
- Para a Igreja Católica, a memória celebrada é no dia 26 de setembro;
Dentro do Catolicismo, os irmãos gêmeos que se formaram em Medicina atendiam gratuitamente os mais carentes. Considerados mártires, eles foram sentenciados à morte no início do século IV pelo imperador Diocleciano. “O mártir é sempre uma testemunha de fé, e consta que eles foram até o fim do posicionamento deles em relação a fé em Cristo”, explica o padre Adriano Stevaneli.
O que significa Cosme e Damião para os evangélicos?
Existiram mesmo? – Cosme e Damião são santos dos primórdios da igreja cristã. E, a exemplo de outros santos com devoções antigas, como São Jorge , os registros sobre datas de nascimento e morte são escassos. “Isso é uma coisa que ocorre com muitos santos da antiguidade, em que não sabemos ao certo as datas de nascimento e morte.
Mas, no caso deles, há uma grande probabilidade de que tenham existido, pois as relíquias estão em uma igreja em Roma. É uma devoção muito antiga”, afirma o frei Luiz Antônio Pinheiro, professor da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Minas Gerais.
O que se sabe é que Cosme e Damião teriam sido irmãos gêmeos que nasceram na região da Ásia Menor, que corresponde à atual cidade de Egeia, na Síria, por volta do século 3º. Ambos seriam médicos e teriam exercido a profissão de forma voluntária, não aceitando nenhum pagamento.
Eles seriam cristãos, em uma época em que o Império Romano ainda não aceitava o cristianismo. Por isso, foram perseguidos e mortos a mando do imperador Diocleciano por volta do início do século 4º. O martírio, além da vida exemplar, foi o que os tornou santos.
“Foram pessoas muito fiéis a Jesus Cristo e, diz a tradição, que não sofreram nenhum ferimento por água, fogo, ar e nem mesmo a cruz. Eles, então, foram decapitados por uma espada. Morreram juntos e foram enterrados juntos”, diz o padre e professor da PUC Minas Junior Vasconcelos do Amaral.
Qual é a verdadeira história de São Cosme e Damião?
Resumo sobre Dia de São Cosme e Damião –
- Oficialmente, o Dia de São Cosme e Damião é celebrado, no catolicismo, em 26 de setembro.
- São Cosme e Damião foram irmãos gêmeos que ficaram famosos por serem médicos que não cobravam pelos seus serviços.
- Foram presos, torturados e martirizados por serem cristãos.
- O culto a eles se espalhou, com destaque para as ações do papa Félix IV e de Justiniano I.
- A veneração aos santos chegou ao Brasil no século XVI, sendo trazida pelos portugueses. Aqui houve forte sincretismo desse culto com as religiões de matriz africana.
O que significa oferenda com doces?
É comida com energia e significado oferecida aos orixás e pessoas da comunidade.
O que é Cosme Damião no espiritismo?
Criado em 25/09/12 14h24 e atualizado em 07/07/16 16h46 Por Adriana Franzin Fonte: Portal EBC Nos dias 26 (para os católicos) e 27 de setembro (para o Candomblé e a Umbanda), comemora-se o Dia de Cosme e Damião. Eles eram dois irmãos gêmeos que eram médicos e viveram na Ásia Menor.
- Ficaram conhecidos porque curavam pessoas e animais sem cobrar dinheiro;
- Morreram por volta do ano 300 d;
- degolados, vítimas de uma perseguição do imperador romano Deocleciano;
- Na religião católica, o dia 26 de setembro lembra os jovens que pregavam os ensinamentos de Jesus Cristo;
Eles são considerados os padroeiros dos farmacêuticos, médicos e das faculdades de medicina. “Não são as mesmas figuras, mas em ambas são irmãos com histórias de vida muito parecidas”, explica Pai Nino D Osumarê, da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e do Entorno. Leia também: Você sabe quem são Cosme e Damião? Cosme e Damião ou Ibejis? Conheça a diferença No Candomblé e na Umbanda, o dia de Cosme e Damião é 27 de setembro. Nessas crenças, eles são conhecidos como os orixás Ibejis. São filhos gêmeos de Xangô e Iansã. Os devotos e simpatizantes têm o costume de fazer caruru (uma comida típica da tradição afro-brasileira), chamado também de “Caruru dos Santos” e “Caruru dos sete meninos” que representam os sete irmãos (Cosme, Damião, Dou, Alabá, Crispim, Crispiniano e Talabi), e dar para as crianças.
Na Igreja Ortodoxa, os santos são celebrados no dia 1º de novembro. Já os ortodoxos gregos comemoram em 1º de julho. São Cosme e Damião também são considerados protetores dos gêmeos e das crianças. Por isso, as pessoas criaram o costume de distribuir os doces para homenagear os santos ou cumprir promessas feitas a eles.
Leia também: Instituto aponta irregularidades em balas e doces de São Cosme e Damião Veja Vídeo da TV Brasil Creative Commons – CC BY 3. 0 – Creative Commons – CC BY 3. 0 Fale com a Ouvidoria –>.
Como foi a morte de Cosme Damião?
Por conta de seus milagres e por serem cristãos, foram considerados feiticeiros pelo Imperador Diocleciano e levados ao tribunal, onde foram forçados a renunciarem a fé em Cristo. Os irmãos se recusarem e, por isso, foram torturados. Logo após o tribunal, os irmãos foram condenados à morte por apedrejamento e flechas.
São Cosme e Damião e de qual religião?
Quando falamos em São Cosme e São Damião lembramos, na hora, da tradição de distribuir doces para as crianças no dia 27 de setembro. Na família da jornalista Aline Monteiro, isso acontece há muitos anos. A mãe fez uma promessa a esses santos pela saúde dos filhos e, desde então, oferece guloseimas para os pequenos no mês de setembro. “Hoje em dia já não é mais a promessa, mas a gente continua a tradição. Acredito que mais em agradecimento, à perpetuação, à repercussão da fé que continua. E claro, pedindo mais e mais saúde”, conta Aline. Mas você sabe como começou esse hábito? Ou até mesmo quem foram esses santos para quem tantas pessoas fazem promessas? O professor Agnaldo Cuoco Portugal, do Departamento de Filosofia da Universidade de Brasília (UnB), explicou que, na religião católica, Cosme e Damião eram dois irmãos gêmeos, considerados curandeiros – médicos na comunidade onde viviam.
A promessa acabou e Aline ainda vai para rua dar continuidade à tradição que a mãe começou anos atrás. Para o catolicismo, não havia nenhuma ligação entre os irmãos e as crianças ou a distribuição de doces.
Essa prática veio da associação que os escravos fizeram de Cosme e Damião a orixás da umbanda e do candomblé: os Ibejis, filhos gêmeos de Xangô e Iansã. O professor explicou que, como havia muita repressão na época da escravidão no Brasil aos cultos africanos, os negros precisavam adorar suas divindades sempre associando a algum santo católico.
E foi isso que aconteceu com são Cosme e são Damião. “Naquela época, os escravos africanos não tinham a possibilidade de cultuar os seus orixás, as suas divindades livremente. Eles tinham que fazer essa associação com alguns santos católicos, pra não serem perseguidos.
A tradição de dar doces tem a ver com esses dois orixás crianças que foram associados a Cosme e Damião”, explica o professor. Agnaldo Cuoco disse ainda que muitas dos nossos costumes hoje têm relação com a religião, que é um traço muito marcante no Brasil.
- Locais sagrados, festas e tradições estão sempre muito ligadas a uma história religiosa;
- “A religião tem um papel de raiz, de fonte de vários elementos da cultura;
- Permite a você marcar o dia, por exemplo;
Esse dia especial, que está ligado a tal coisa. Ou os lugares, tal lugar é especial, é um templo, é uma catedral, é um terreiro, é uma casa de santo. Então, a religião está ligada à cultura de diversas maneiras”, resume o professor. Em 1969, a religião católica alterou o dia de São Cosme e São Damião para o dia 26 de setembro para não chocar com a data que se celebra são Vicente de Paula.
São Cosme e Damião são de qual religião?
Dia de São Cosme e Damião é uma data comemorativa celebrada por cristãos católicos e por religiões de matriz africana nos dias 26 e 27 de setembro respectivamente. O Dia de São Cosme e Damião é celebrado no catolicismo em 26 de setembro e nas religiões de matriz africana no dia 27 de setembro.
O que é Cosme e Damião na Umbanda?
Cosme e Damião eram gêmeos, médicos e missionários que curavam todo tipo de doença gratuitamente. Teriam começado na medicina aos 7 anos e curado muitas pessoas. Por isso, tornaram-se para a Igreja Católica, patronos dos médicos e farmacêuticos. Eles foram mártires que morreram por aceitar Jesus Cristo como o Salvador. No sincretismo religioso, além de Cosme e Damião, as crianças podem ainda ser associados a São Crispim e São Crispiniano, os irmãos gêmeos de origem romana, que se converteram ao cristianismo na adolescência e tornaram-se os padroeiros dos sapateiros.
- Na tradição Iorubá , Cosme e Damião são o Orixá Ibeji ou Ibejis , filhos gêmeos de Inhaça e Xangô , que foram criados por Oxum;
- Em outros itans (histórias mitológicas) Ibejis são filhos de Iemanjá e eles tiveram um irmão chamado Idoú ou Doum , por isso, nas representações sincréticas dos gêmeos, aparecem três irmãos, ao invés de dois;
Os itans contam que eles tinham grandes poderes, inclusive de enganar a morte (icu). São crianças que adoram brincar mas são muito poderosos pois dominam a magia. Simbolicamente, Ibejis representam a pureza, a inocência e a bondade. Suas vibrações são de muita alegria e harmonia.
Quem é Cosme e Damião na Igreja Católica?
Os dias 26 e 27 de setembro são dedicados a celebrações religiosas em homenagem aos irmãos Cosme e Damião. Os gêmeos de origem árabe, ficaram conhecidos pelos conhecimentos médicos e caridade ao curar pessoas e animais sem cobrar dinheiro. Vítimas de perseguição, os irmão foram mortos no ano 300 d.
- Na doutrina cristã, ou seja, na religião Católica, Cosme e Damião são considerados os padroeiros dos farmacêuticos, dos médicos e faculdades de medicina e recebem homenagens no dia 26 de setembro;
- No entanto, a festa é marcada, no Brasil, pelo sincretismo religioso;
A mistura de religiões é uma herança da época da escravatura, a qual os escravos, para cultuar suas divindades e enganar os senhores de engenho, começaram a associar os santos do catolicismo aos orixás. Assim, os orixás Ibejis, filhos de Xangô e Iansã e denominados protetores das crianças, foram associados aos santos Cosme e Damião.
Quem é Doum na Umbanda?
Sacolinha cheia de doces para a criançada. Essa é uma imagem comum no dia 27 de setembro, pois nesta data as religiões de matriz africana, como a ubanda e o candomblé, comemoram o dia de Cosme e Damião. A história dos gêmeos médicos que curavam sem cobrar já existe há quase dois mil anos e sobrevive em forma de fé. Os doces são distribuídos para manter a bondade e a caridade dos irmãos. Por difundir a fé em Cristo enquanto curavam, Cosme e Damião foram perseguidos e mortos pelo imperador romano Deocleciano, no dia 27 de setembro. Não se sabe ao certo o ano em que isso aconteceu, mas sabe-se que foi por volta do ano 300.
- Os portugueses trouxeram para o Brasil suas crenças e santos e foi assim que a devoção por Cosme e Damião chegou por aqui;
- Com a chegada dos negros, as religiões africanas também foram trazidas;
- E a fusão de crenças nativas, europeias e africanas fez surgir o sincretismo e a reinterpretação de elementos;
Dessa forma, as religiões de matrizes africanas passaram a associar seus deuses aos santos e santas católicos, muitas vezes como forma de manter seus cultos que eram reprimidos. Para algumas dessas religiões, Cosme e Damião, passaram a representar os orixás Ibejis, que eram divindades africanas.
- Assim como os santos católicos, os Ibejis eram irmãos gêmeos que resolviam os problemas levados a eles;
- Em agradecimento, eles recebiam brinquedos e doces;
- Nas religiões de matriz africana, algumas imagens de Cosme e Damião tem uma terceira criança menor entre os gêmeos;
Trata-se do Doum. Várias lendas explicam quem é a terceira criança. Uma delas conta que Cosme, Damião e Doum eram trigêmeos e que com a morte de Doum os outros irmãos se tornaram médicos para curar a todas as crianças, sempre de forma gratuita. Doum é considerado o protetor das crianças até sete anos de idade.
Diferente das religiões de matrizes africanas, a religião católica comemora a data dos gêmeos em 26 de setembro. Cosme e Damião, além de protetores das crianças e dos gêmeos, também são considerados patronos dos médicos e dos farmacêuticos.
Pesquisa e redação: Mariana Martins Sonoplastia: Messias Melo História Hoje : Programete sobre fatos históricos relacionados a cada dia do ano. É publicado de segunda a sexta-feira. Acesse aqui as edições anteriores.
Como oferecer doces a Cosme e Damião?
Para atrair dinheiro e ter prosperidade – Junte sete pacotes de doces bem generosos e distribua para sete crianças carentes. Se elas oferecerem, compartilhe o doce com elas e faça companhia a elas. Mentalize para que a alegria de cada uma multiplique para mais outras sete crianças. .
Quais são os doces de Cosme e Damião?
Como pedir uma graça a São Cosme e Damião?
Oração para Alcançar uma Graça Peço-vos, com todo o meu amor, com todo o meu carinho e com todas as minhas humildes forças para que me ajudes com os vossos eternos poderes de santos. Apenas vos peço (dizer aqui qual a sua graça ).
Como oferecer doces a Cosme e Damião?
Para atrair dinheiro e ter prosperidade – Junte sete pacotes de doces bem generosos e distribua para sete crianças carentes. Se elas oferecerem, compartilhe o doce com elas e faça companhia a elas. Mentalize para que a alegria de cada uma multiplique para mais outras sete crianças. .
Quais são os doces de Cosme e Damião?
São Cosme e Damião é de qual religião?
Quando falamos em São Cosme e São Damião lembramos, na hora, da tradição de distribuir doces para as crianças no dia 27 de setembro. Na família da jornalista Aline Monteiro, isso acontece há muitos anos. A mãe fez uma promessa a esses santos pela saúde dos filhos e, desde então, oferece guloseimas para os pequenos no mês de setembro. “Hoje em dia já não é mais a promessa, mas a gente continua a tradição. Acredito que mais em agradecimento, à perpetuação, à repercussão da fé que continua. E claro, pedindo mais e mais saúde”, conta Aline. Mas você sabe como começou esse hábito? Ou até mesmo quem foram esses santos para quem tantas pessoas fazem promessas? O professor Agnaldo Cuoco Portugal, do Departamento de Filosofia da Universidade de Brasília (UnB), explicou que, na religião católica, Cosme e Damião eram dois irmãos gêmeos, considerados curandeiros – médicos na comunidade onde viviam.
A promessa acabou e Aline ainda vai para rua dar continuidade à tradição que a mãe começou anos atrás. Para o catolicismo, não havia nenhuma ligação entre os irmãos e as crianças ou a distribuição de doces.
Essa prática veio da associação que os escravos fizeram de Cosme e Damião a orixás da umbanda e do candomblé: os Ibejis, filhos gêmeos de Xangô e Iansã. O professor explicou que, como havia muita repressão na época da escravidão no Brasil aos cultos africanos, os negros precisavam adorar suas divindades sempre associando a algum santo católico.
E foi isso que aconteceu com são Cosme e são Damião. “Naquela época, os escravos africanos não tinham a possibilidade de cultuar os seus orixás, as suas divindades livremente. Eles tinham que fazer essa associação com alguns santos católicos, pra não serem perseguidos.
A tradição de dar doces tem a ver com esses dois orixás crianças que foram associados a Cosme e Damião”, explica o professor. Agnaldo Cuoco disse ainda que muitas dos nossos costumes hoje têm relação com a religião, que é um traço muito marcante no Brasil.
Locais sagrados, festas e tradições estão sempre muito ligadas a uma história religiosa. “A religião tem um papel de raiz, de fonte de vários elementos da cultura. Permite a você marcar o dia, por exemplo.
Esse dia especial, que está ligado a tal coisa. Ou os lugares, tal lugar é especial, é um templo, é uma catedral, é um terreiro, é uma casa de santo. Então, a religião está ligada à cultura de diversas maneiras”, resume o professor. Em 1969, a religião católica alterou o dia de São Cosme e São Damião para o dia 26 de setembro para não chocar com a data que se celebra são Vicente de Paula.
Como foi a morte de Cosme e Damião?
Por conta de seus milagres e por serem cristãos, foram considerados feiticeiros pelo Imperador Diocleciano e levados ao tribunal, onde foram forçados a renunciarem a fé em Cristo. Os irmãos se recusarem e, por isso, foram torturados. Logo após o tribunal, os irmãos foram condenados à morte por apedrejamento e flechas.